quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

CATAVENTOS e BENTIFÍCIOS

Quando um CATAVENTO dissimulado fala de um CATAVENTO histórico para o insultar politicamente, querendo descarrilá-lo do carreiro da mediática corrida ao poder, veste a pele do camaleão que, sabe-se, numa das peles que muda faz passar a sisudez granítica do que se afirma por seriedade comentária - na sua dissimulada tartufice o CATAVENTO jovem tem tanto de inexpressivo quanto o CATAVENTO histórico tem de histrionice e alegria esfuziante para dar e vender.
Mas se um canta, o CATAVENTO barítono, o outro dança, o CATAVENTO catedrático, sempre que um Jazz funchalense de ocasião - semi-novo, pois - ou um vira minhoto lhe saírem na rifa da rua. Nem um canta, nem o outro dança. O primeiro pois falta-lha o que faz uma voz, timbre e mistura de graves e agudos, mais que extensão - sobra-lhe a pose - o segundo porque dança mais com a palavra e menos com o corpo e de facto é de sapateados verbais o talento, basta vê-lo dar ao pé hesitante lá nos funchais de bailinho secundarizado - cheira a caciquismo - e muito cosmopolitismo hoteleiro.
Que concluir? Que quando um CATAVENTO fala de outro CATAVENTO o vento catado vai na mesma direcção e o que os afasta é o que os junta, a necessidade, a porra da necessidade: o poder conservador sabe unir a casta na conjuntura, tem sentido de sobrevivência. O que não dá para crer é que o CATAVENTO jovem seja capaz de verdade quando a única diferença é mesmo a sisudez e catar o vento um destino jotaéssico. Mentir, por vício, torna-se coisa compulsiva pois a táctica é hiper-recorrente, portanto a capacidade de desdizer é mais que a de dizer. Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo...

fernando mora ramos

Sem comentários:

Enviar um comentário