quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A coragem de desatar os nós certos nos sítios certos

Há um conjunto de razões políticas que me fazem, mais do que um simples apoio ou um voto, que quase nunca é simples, empenhar-me a fundo na campanha de António Sampaio da Nóvoa. Essas razões decorrem do modo como sinto o que foram estes últimos 4 anos. Para mim foram tempos em que um pretenso resgate foi um sequestro. É uma
metáfora dura e cruel, mas mesmo assim fica aquém da dimensão do sofrimento realmente infligido à população portuguesa. E o sequestro do país coube num sequestro maior, o da Europa. Entender isto tem de ser feito fora dos enquadramentos políticos tradicionais. Querer fazer disto uma peleja entre esquerda e direita é poluir ideologicamente uma questão muito simples: o sonho europeu foi triturado por uma deriva política encoberta por uma contingência económica e financeira em torno de de uma entidade virtual, esfíngica, que enigmaticamente tomou o nome de troika e sequestrou a capacidade política dos governos democraticamente eleitos. Envolvendo a Europa numa nuvem financeira que dominou toda a produção de discurso político e subverteu a nossa vida, retirando-lhe a dimensão das alternativas que consubstancia a ideia de liberdade nas sociedades modernas. Ora esta aparente simplicidade é difícil de desmontar. É preciso desatar os nós certos, nos sítios certos. É preciso a coragem política para desatar os nós certos nos sítios certos. António Sampaio da Nóvoa tem demonstrado, desde há bastante tempo, ser capaz de o fazer.

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