segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

nunca se perde quando se luta

em primeiro lugar o meu apreço do tamanho do mundo para o meu candidato que se bateu com a sua energia, ideias e saberes para um outro modo de pensar e de fazer político.

em segundo lugar o meu apreço do tamanho do mundo a todos e a todas que se dedicaram e trabalharam para um novo tempo.

 não se ganhou, mas fundamentalmente não se perdeu. porque o que se conseguir criar e agregar contribuiu, e vai continuar a contribuir, para uma democracia maia informada, mais culta, mais conhecedora, mais cosmopolita. obrigado Sampaio da Nóvoa. continuaremos o trabalho iniciado.

"Não vou perder. Nunca se perde quando se luta por certas dimensões do que é o futuro de uma sociedade" Sampaio da Nóvoa
É natural que este blogue termine aqui. Tal como esta candidatura ele correspondeu a um gesto de cidadania daqueles que o fizeram. Poupamos os lugares-comuns, Costatamos apenas que o percurso que começámos talvez não termine aqui. O caminho é muito grande. Um obrigado a todos os que colaboraram, a todos os que deram o seu nome para este projecto, a todos os que nos leram. 


Voltar à vida...


A segunda volta afinal é no país nas nossas vidas neste exercicio cidadão onde o que fizémos juntos nunca perde, nunca se perde. Até já




sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A Caminho da 2ª Volta


Vamos Votar em Sampaio da Nóvoa!

Vai acabar a primeira fase da campanha. Digo que vai acabar a primeira fase da campanha porque é mais ou menos claro de que para aqueles que apoiam Sampaio da Nóvoa, a campanha se faz em dois assaltos. E talvez seja bom que assim aconteça. O que poderia fazer com que Cavaco Silva, perdão, Marcelo Rebello de Sousa, fosse eleito à primeira seria por um lado, a concentração de votos que a direita sempre faz, por outro, alguns transfugas iludidos com o carácter quase apolítico que estas eleições tomaram e que vêm em MRS um one man show que pode ser visto, em doses homeopáticas claro, por toda a família, mas essencialmente uma forte abstenção. A abstenção tenderá a ir sempre no sentido de esvaziar o voto contra Marcelo, juntando a essa massa abstencionista que cresce nas presidenciais, um grande número de pessoas - atordoadas com a intoxicação de sondagens que testavam quase exclusivamente a disparidade entre índices de popularidade dos candidatos - acham que já nem vale a pena votarem. Durante toda a campanha,sempre que pude, insurgi-me contra isso, explicando que nós não sabemos o que vai acontecer daqui a dois dias mas sabemos que as sondagens neste momento vão sempre privilegiar a popularidade de Marcelo Rebello de Sousa, perdoem-me, de Cavaco Silva, ou melhor, de Marcelo. Dar esse espaço às sondagens em desfavor da importãncia do dia 24 é fazer o jogo de MRS. A pressão sobre as sondagens, e já nem falo de campanhas muito específicas feitas contra o nosso candidato, mostra bem que estas eleições se caracterizaram por uma atitude da imprensa de uma total rendição ao carácter apolítico de Rebello de Sousa. Se fosse há uns anos eu ainda manifestava alguma ingenuidade e pensava que a comunicação social não se rege por interesses financeiros e que por isso é completamente absurda esta tese de uma tentativa de predeterminar mediaticamente o resultado eleitoral. É por isso que eu digo, vai acabar a primeira fase da campanha. Vêm aí uma segunda volta, temos de nos preparar para ela.O nosso candidato é de longe muito mais forte do que  Marcelo Rebello de Sousa, partiu de uma base politica muito incerta, jogou-se totalmente nesta campanha, abriu um percurso cívico que nos honra a todos, independentemente do resultado de domingo. Vamos Votar em Sampaio da Nóvoa!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Voto Sampaio da Nóvoa


A primeira vez que ouvi Sampaio da Nóvoa foi a 10 de junho de 2012 num discurso memorável.

A segunda vez foi a 31 de maio de 2013 na Aula Magna noutro discurso memorável.

No próprio dia pensei que este homem devia ser Presidente da República:
- A força das ideias, do discurso, da esperança transmitida seria aquilo de que os portugueses precisavam para se erguerem da humilhação que estavam a viver e que continuaram a viver.

Hoje continuo a pensar o mesmo. Desde que apresentou a sua candidatura que decidi apoiá-lo e, ao longo destes meses, consolidei a minha opção.

Sampaio da Nóvoa é, neste momento, o único candidato que pode passar à 2ª volta e concorrer com Marcelo Rebelo de Sousa – o candidato da austeridade e da continuidade de Cavaco Silva.

Para além disso, demonstrou na campanha a cultura, inteligência e idoneidade que lhe reconheci desde o início.

As palavras podem ser só palavras. Mas também podem ser a força das ideias.

Neste caso, as palavras são de esperança, de força.


Uma força matriz da Democracia



Há um aspecto particularmente relevante na eleição para a Presidência da República, que não tem sido devidamente valorizado. Tem, contudo, uma importância vital e um significado profundo. Refiro-me ao facto de, pela primeira vez na história da 3a República termos um candidato, a sério (não uma “lebre”, um boneco de ventríloquo ou os habituais fantoches que sempre aparecem nestas coisas para compor o ramalhete ou dar o toque de pantomima barata que julgam que ainda falta à vida política portuguesa), que não é oriundo das sacrossantas áreas castrense, do direito ou da economia. Sampaio da Nóvoa vem da área da pedagogia. Tem originalmente, pasme-se!, uma licenciatura em Teatro. O Teatro, seguramente uma força matriz da Democracia! E ousa afirmar que a Pedagogia e o Conhecimento são condicionantes e componentes vitais do nosso futuro. Neste país de burros convertidos em “doutores”, a área de especialidade de Sampaio da Nóvoa é motivo de especulação. Fosse isto um país a sério e a causa a que ele dedicou a sua vida seria, não pretexto para insulto, mas motivo de enorme confiança. Fosse isto um país a sério e a dedicação que ele generosamente demonstrou à causa seria motivo de merecido e grato reconhecimento e nunca pretexto para ataques reles. Fosse isto um país a sério e a simples escolha dos temas Pedagogia e Conhecimento como causas maiores e necessárias de um magistério presidencial seria, isso sim, garantia antecipada de vitória. Fosse isto um país a sério e estaríamos a escolher entre, não um, mas dois ou mais candidatos de cujo programa constariam esses dois temas essenciais. Há dois candidatos à eleição para Presidente da República de Portugal. Um uniu a Universidade e fez da Pedagogia e do Conhecimento bandeiras últimas da sua acção. Quer formar mais Portugueses capazes. Outro dá “aulas" numa espécie de loja dos 300 em formato HD, com promoções semanais e promessa de desconto em cartão. Quer formar mais imbecis, como se não bastassem os que cá temos. Vamos ver se isto é um país a sério... Mas não vamos desistir nunca de o transformar num país a sério.

CONTRA A CALÚNIA

Pela primeira vez na história da nossa 2ª República surgiu na cena política um candidato presidencial potencialmente vencedor que nunca teve filiação partidária, que não ocupou cargos políticos e que, por isso mesmo, vem de fora do sistema, expurgado de qualquer tipo de dependência relativamente à rede de interesses clientelares (político-partidários, corporativos, económicos, financeiros e outros). Até aqui pensava-se ser impossível alguém com semelhante perfil poder ter grande possibilidade de vencer a corrida eleitoral, tornando-se presidente da República. A candidatura de Sampaio da Nóvoa veio criar essa possibilidade. Isso, por si só, já lhe confere uma vitória: a valorização da cidadania. Mas esta novidade incomoda os mentores da rede de interesses e seus usufrutuários. E tal gente, quando vê ameaçadas as suas inconfessáveis negociatas não hesita em fazer uso do golpe baixo, recorrendo à calúnia, tão certeiramente definida por Dom Basílio, personagem da comédia Le Barbier de Séville de Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais, como algo que, embora não tendo fundamento, vai crescendo, crescendo, crescendo até que acaba por cristalizar como “verdade” na mente de muitos incautos cidadãos. Rossini deu genial expressão musical ao fenómeno numa célebre ária do seu popular Barbeiro. E nós, em vésperas de eleição presidencial, pudemos presenciar despudorado exemplo de calúnia jornalística.

O matutino Correio da Manhã resolveu injectar veneno na candidatura de Sampaio da Nóvoa, por ser ela a tal que incomoda. Fê-lo através da cumplicidade com a calúnia já antes semeada por uma outra candidatura que, vazia de conteúdo e condenada a um resultado eleitoral abaixo dos 0,2%, está no terreno apenas para favorecer candidata amiga do caluniador.

Numa sociedade livre os idiotas provincianos têm direito à opinião, como qualquer outro cidadão, e um fulano pode querer cair no ridículo de dizer que tem competência superior à das conceituadas universidades de Oxford ou de Columbia para validar as competências académicas do ex-reitor da principal universidade da nossa pátria. O que não é suportável nem admissível é que esse idiotismo ridículo e saloio seja promovido pela comunicação social, violentando e desprestigiando uma coisa chamada jornalismo – coisa indispensável à boa saúde da democracia.

Nunca pensei ir perder tempo com acusação tão ridícula, mas o espantoso grau de má-fé patenteado pelo “jornalismo” do Correio da Manhã, dando eco, três dias antes das eleições, a uma reles acusação caluniosa proferida por um pacóvio contra o candidato Sampaio da Nóvoa é já coisa merecedora de veemente reacção denunciadora. Pelo menos, por parte de quem, como eu, assimilou a lição do Beaumarchais e sabe bem que a calúnia, após a semeadura, tem efeitos incontroláveis. Os senhores do Correio da Manhã também sabem. Por isso a usaram como arma política contra a candidatura para um novo tempo; tempo inimigo da rede de interesses clientelares instalados. Nenhum eventual desmentido apaga a indecência da notícia falsa e caluniosa hoje publicada, pelo que deve o cidadão eleitor que seja pessoa de bem elevar a voz e lançar grito de denúncia. A isso me dediquei aqui e agora.

João Maria de Freitas-Branco
Caxias, 20 de Janeiro de 2016

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

LATA NA LACA

muita lata na laca

Que a pensão seja reposta
a do regime geral
e a rural
a de um mínimo sub salarial
nos duzentos e tal
e a do mínimo garantido
quase esmola
na mão estendida
euros
de contar com os dedos
sem spread nem sequer
de euribor a bonança
nem preços do crude
nem casa
nem carro
nem água
nem potável
nem luz
apenas TV comer
......................
vamos mesmo mesmo eurembora deseuropa dentro
cantando marchando sim
e rindo choradamente
..............................
agora vitalícias
somadas com vitaloutras
é coisa
nauseabunda
de bancada
perfumada secretamente
de arrivismo
e bem penteada
muita lata tem na laca


o corporativo no regime
é transversal

fernando mora ramos

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Sampaio da Nóvoa Somos Nós



O nós é a grande força da candidatura de Sampaio da Nóvoa, o nós que o candidato refere a cada momento e que se traduz, duma forma exemplar, na forma como, no seu discurso, vai integrando as muitas preocupações e ideias que, de diferentes formas, lhe vão chegando. Nós que se traduz tão bem quando Maria Antónia Palla assume o apoio a Sampaio da Nóvoa porque é alguém que “transmite uma grande noção de proximidade entre eleitores e eleitos”, ou quando o Padre Lourenço Fontes diz que “os heróis são raros e sonham um mundo mais humano e justo, que outros temem e vão adiando”, no apoio expresso dos 3 Presidentes, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, no apoio dos maratonistas de referência como são Carlos Lopes e Rosa Mota, ou de Teresa Salgueiro que foi durante muito tempo, e depois de Amália, a voz de Portugal no mundo, ou da Sandra Barata Belo que deu corpo à personagem de Amália no cinema.
A utilização das máscaras com a cara de Sampaio da Nóvoa pretende traduzir essa empatia, cumplicidade ou entrosamento do candidato com cada um de nós e de cada um de nós com o candidato. Se cada um interiorizar que ao Sampaio da Nóvoa ir para Belém é um pedaço de cada um de nós que entra e fica lá com ele, então o grande objectivo da campanha está atingido.
O nós que é individualidade, mas também o colectivo que de todo o país vem chegando à candidatura.

Carlos Fragateiro

Precisamos de vistas largas, de um pensamento que não se feche nem nas fronteiras do imediato, nem na ilusão de um futuro mais-que-perfeito

Pensar o futuro é um exercício arriscado e, muitas vezes, fútil. Mas, apesar dos avisos, não resistimos à tentação de imaginar o que nos irá acontecer, procurando, assim, agarrar um destino que tantas vezes nos escapa. Como escreve Pierre Furter  […]o horizonte não existe para nos trazer de volta à origem, mas para nos permitir medir toda a distância que temos a percorrer. O homo viator constrói uma casa apenas para o tempo necessário, pois é caminhando que ele se encontra e descobre o sentido da sua acção (Furter, 1966, p. 26).

Precisamos de vistas largas, de um pensamento que não se feche nem nas fronteiras do imediato, nem na ilusão de um futuro mais-que-perfeito. À maneira de Reinhart Koselleck (1990), interessa-me compreender de que modo o passado está inscrito na nossa experiência actual e de que modo o futuro se insinua já na história presente.[..]

São muitos os futuros possíveis. Mas só um terá lugar. E isso depende da nossa capacidade de pensar e de agir.
António Nóvoa, Educação 2021: Para uma história do futuro, Disponível em http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/670/1/21232_1681-5653_181-199.pdf

domingo, 17 de janeiro de 2016

Apoio silenciado

A chegada ao poder de uma nova geração de políticos de direita pouco amigos da democracia, casta portadora de uma ideologia imoral, denominada austeritarismo, e derivada da consolidação, a partir da queda do Muro de Berlim, da corrente de pensamento neoliberal no domínio da economia política, tem vindo a provocar saudáveis reacções enriquecedoras da vida política. Isso tem tornado cada vez mais interessante este tempo actual, este nosso aqui e agora.
A candidatura de António Sampaio da Nóvoa é disso expressão maior, sendo portadora de sinais de esperança que vão ocupando o espaço onde antes se tinha instalado o medo, o desânimo, a resignação, a apatia – ingredientes favoráveis ao adormecimento do cidadão praticante. Mas a candidatura vai mais além: ela é cativante também pela sua já revelada capacidade de engendrar acontecimentos inesperados de nítida proficuidade para o saneamento e elevação da actividade política no interior da sociedade portuguesa. Deviam esses casos constituir notícia. Só que nem todas as notícias são convenientes para quem detém o controlo dos principais órgãos de comunicação social. Algumas são mesmo bastante inconvenientes. Tal é o caso da que aqui desejo trazer à atenção e que me tem indisposto ver permanecer ignorada. 
Ei-la aqui: a nossa 2ª República é fruto de admirável gesto libertador protagonizado por uma singular elite de militares que integravam um exército colonial fascista. Coisa extraordinária, no plano mundial, e, a meu ver, ainda não devidamente enaltecida pelos historiadores, de cá ou de outras paragens. No abnegado esforço de construção da nova República democrática esses generosos militares de Abril desuniram-se e conflituaram por efeito dos diferentes modos de conceber a democracia. Sim, porque há várias democracias. Uma diversidade que o discurso comum tende a ocultar, também por conveniência ideológica. Há democracias que enfatizam a liberdade política ou negativa, há as que valorizam mais a liberdade social, há as que apostam em ambas, sendo que a democracia, tal como a liberdade que lhe está umbilicalmente associada, pode determinar-se no domínio de diferentes modos de produção. O conflito de visões do mundo era por isso (e não só por isso) uma espécie de inevitabilidade histórica. No entanto, mesmo nos momentos de mais aguda desavença ideológica tiveram esses heróicos militares revolucionários a digníssima atitude de nunca se desrespeitarem mutuamente. Sou disso testemunha. Razão acrescida para a enorme consideração que nutro por esses homens, alguns dos quais tiveram (os já perecidos) e têm a acrescida generosidade de serem meus amigos, coisa que muito me honra.
Muito embora mantendo esse genuíno e sincero respeito mútuo, os militares de Abril mantiveram depois do PREC e do 25 de Novembro de 1975 posições politicamente diferenciadas, divergentes e até, em alguns casos, opostas. 
Passaram quatro décadas. Chega então mais um mês de Abril, o do ano acabado de findar, em que o cidadão António Nóvoa, distinto académico e ex-reitor da Universidade de Lisboa, decide candidatar-se ao cargo de Presidente da República. Não para ser o supremo magistrado da Nação, senão que para ser o primeiro servidor da res publica, em total harmonia com o melhor e mais puro espírito republicano. Uma candidatura de novo tipo, ditada pelas urgências do presente. O nosso António Nóvoa passa a ser conhecido como Sampaio da Nóvoa, candidato cidadão que quer, com o apoio da maioria dos portugueses, livremente expresso nas urnas, tornar-se o primeiro presidente cidadão desta República – por ser o primeiro sem dependências político-partidárias.
Repentinamente, nesse Abril de 2015 começa a verificar-se uma convergência inaudita desde 1975 entre os capitães da liberdade. Facto novo! Semeado pela candidatura. Novidade muito bem-vinda! Os militares de Abril reaproximam-se politicamente em torno da iniciativa de Sampaio da Nóvoa. A única excepção que conheço confirma a regra, observada no terreno da campanha eleitoral em curso e corroborada por informação pessoal recolhida junto da Associação 25 de Abril. Pela primeira vez após o 25 de Novembro os arquitectos militares da Liberdade unem-se para travarem, outra vez em conjunto, uma batalha política eleitoral em defesa das mesmas grandes causas de 1974, bem como de algumas outras trazidas pelos tempos menos recuados. 
Se não erro, trata-se de acontecimento com relevância histórica. Algo que devia estar a ser amplamente noticiado, sendo também merecedor da melhor atenção dos comentadores políticos, dos politólogos, dos analistas sociais. Por que será então que esta ocorrência não é notícia? Qual a razão do silêncio? Que motivará a indiferença dos comentadores de serviço perante tão significativa convergência política?
Quero alimentar a esperança de que este pequeno escrito possa concorrer para pôr em evidência a atitude, trazendo para os espaços noticiosos de referência, bem como para a ribalta do comentário político esta ocorrência muito indicativa: os militares de Abril voltam a estar unidos numa batalha política; os militares da Liberdade apoiam Sampaio da Nóvoa.

João Maria de Freitas-Branco
Caxias, 16 de Janeiro de 2016

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

é no conhecimento que estão as fronteiras da liberdade. De abrir mundos

Para que serve a educação?
Serve para construir a liberdade
Não podemos repetir sempre as mesmas coisas é preciso pensar com ousadia os tempos atuais

Há palavras que nos beijam

Lembro-me bem do dia em que decidi que votaria em António Sampaio da Nóvoa, a qualquer que fosse o cargo a que se candidatasse. Foi a 10 de Junho de 2012, quando deixou o país de boca aberta e a mim em alegria exultante por ainda existir quem visse, ouvisse e lesse e não pudesse ignorar.


Penso que quando o convidaram para presidir às cerimónias do dia de Portugal desse ano não estavam à espera do que veio a acontecer. No meio de um país de abandonados, mal tratados e ignorados por um governo autista e inculto, onde ninguém parecia levantar-se para defender quem mais precisava, ouviu-se uma voz de esperança. Um homem corajoso, destemido, culto e articulado, em 15 minutos conseguiu fazer o retrato de como estávamos, de onde tínhamos vindo, mas acrescentando uma centelha. Um vislumbre de um país melhor a que era possível aceder. No meio de milhares de portugueses que se viram sem emprego, sem casa, sem comida, sem esperança ou motivação, a preocupação e a vontade de contribuir para um presente melhor foi verdadeiramente revolucionário.

Eu nunca tinha ouvido um discurso do 10 de Junho na íntegra, muito menos bebendo cada palavra com tanto prazer. Não acredito que volte a acontecer.

Gostava de ter como Presidente da República Portuguesa um homem recto, corajoso, inteligente, culto, empático, preocupado com os seus concidadãos e com o seu bem estar. Sou uma mulher de ciência, e as suas referências repetidas ao tema aconchegam-me como uma botija de água quente em cima das pernas num serão de inverno. Acredito firmemente que uma sociedade construída com base no conhecimento é mais rica porque tem mais recursos e ferramentas, e que uma população com cultura científica apurada será sempre mais participativa, informada e crítica. Mas o meu apoio a Sampaio da Nóvoa foi conquistado pela sua maneira de lutar pelos que não têm voz, nem forças ou capacidades. Alguém que nos mostre que o Estado não nos abandonou, que somos todos Portugal, representados e defendidos pelo Presidente da República.

No dia 24 de Janeiro votarei em António Sampaio da Nóvoa.
INTERESSE GERAL

Percebo que as generalidades não peguem, nem de estaca, que os particularismos não saiam do beco e que por muita intensidade que neles se colha, ceguem unilateralmente. O drama vive do particular e no geral eleva-se à tragédia, do eu vai-se ao mundo. A única forma de construir um discurso consistente - leve, com voo, sem mecânica repetitiva -, vivo, é (re)fundar um caminho constante entre ambas as categorias - o interesse geral vive na dimensão particular e vice-versa - Lapalissadas, ok, mas necessidade metodológica. Vendo a coisa ao perto: na realidade, que candidato representa esse geral, de interesse geral, que cobre as dimensões particulares próprias da complexidade multímoda da actualidade? O candidato entertainer, zeliguiano, que adere em cada circunstância ao que a circunstância manda?  A candidata das minudências semântico bacocas que a cada minudência explicita uma forma de prudência maternalíssimo-paternal que mais parece medo? O candidato empresário que quer aplicar a receita do sucesso dos moldes ao que não tem molde possível? O candidato que parece querer feirar pares de óculos novos em barda? Qual? Quem teve um percurso suficientemente aberto como experiência e possui a visão do interesse geral como trajecto experimentado para poder representar esse interesse geral, aliás próprio do conhecimento, da visão histórica, da pedagogia aberta?
O candidato que diz um NÓS posicionado, entidade criativa, é esse.

fernando mora ramos

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

"Um Novo Tempo" - "Recomeçar"


Vamos acreditar em nós!

Recomeçar


Mesmo que o hoje te dê um não, lembre-se que há um amanhã melhor, a certeza de que os nossos caminhos devemos traçar ao lado de quem nos ama; com amor, paz, confiança e felicidade, é a base para se recomeçar.
Um recomeço, pra pensar no que fazer agora, acreditando em si mesmo, na busca do que será prioridade daqui pra frente; PLANOS? Pra que os fizemos, já que o amanhã é mistério? A qualquer momento pode ser tempo, de revisar os conceitos e ações, e concluir, que tudo aquilo que você viveu marcou, porém não foi suficiente pra que continuasse.
As lembranças passadas ficam, tudo que vivemos era pra ser vivido , o destino é como um livro do qual nós somos os autores, ele não vêm pronto, antes de nascermos ele está em branco, ao nascermos introduzimos as primeiras passagens, um começo, com o tempo através das escolhas vamos escrevendo-o página por página, rabiscadas, rasgadas ou marcadas, onde encontramos obstáculos onde indicarão a melhor hora pra recomeçar, nos últimos dias de vida concluiremos, e no final deixamos nossas historias marcadas no coração daqueles, que sempre farão parte de nossa historia, onde quer que estejam.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e o mais importante, acreditar em você de novo.

CATAVENTOS e BENTIFÍCIOS

Quando um CATAVENTO dissimulado fala de um CATAVENTO histórico para o insultar politicamente, querendo descarrilá-lo do carreiro da mediática corrida ao poder, veste a pele do camaleão que, sabe-se, numa das peles que muda faz passar a sisudez granítica do que se afirma por seriedade comentária - na sua dissimulada tartufice o CATAVENTO jovem tem tanto de inexpressivo quanto o CATAVENTO histórico tem de histrionice e alegria esfuziante para dar e vender.
Mas se um canta, o CATAVENTO barítono, o outro dança, o CATAVENTO catedrático, sempre que um Jazz funchalense de ocasião - semi-novo, pois - ou um vira minhoto lhe saírem na rifa da rua. Nem um canta, nem o outro dança. O primeiro pois falta-lha o que faz uma voz, timbre e mistura de graves e agudos, mais que extensão - sobra-lhe a pose - o segundo porque dança mais com a palavra e menos com o corpo e de facto é de sapateados verbais o talento, basta vê-lo dar ao pé hesitante lá nos funchais de bailinho secundarizado - cheira a caciquismo - e muito cosmopolitismo hoteleiro.
Que concluir? Que quando um CATAVENTO fala de outro CATAVENTO o vento catado vai na mesma direcção e o que os afasta é o que os junta, a necessidade, a porra da necessidade: o poder conservador sabe unir a casta na conjuntura, tem sentido de sobrevivência. O que não dá para crer é que o CATAVENTO jovem seja capaz de verdade quando a única diferença é mesmo a sisudez e catar o vento um destino jotaéssico. Mentir, por vício, torna-se coisa compulsiva pois a táctica é hiper-recorrente, portanto a capacidade de desdizer é mais que a de dizer. Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo...

fernando mora ramos

o que é evidente, mente

Tudo são evidências nos textos e nos debates, nas políticas e nas reformas educativas. Ninguém tem dúvidas. Todos têm certezas. Definitivas. Evidências do senso comum. Falsas evidências. Continuamente desmentidas. Continuamente repetidas.

[…]

Quando se trata de educação, nenhum político tem dúvidas, nenhum comentador se engana, nenhum português hesita. Palavras gastas. Inúteis. Banalidades. Mentiras. O que é evidente, mente. Evidentemente.

Tudo isto nasce de um equívoco, tantas vezes denunciados e sempre ignorado: a educação nunca fez e nunca realizará uma mudança revolucionária (Pierre Furter, 1970). É outra a força da educação. É outra a sua importância. Cultura. Arte. Ciência. Lucidez. Razão. Invenção.

António Nóvoa (2005), Evidentemente. Porto Edições ASA, p. 14

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Carta aberta aos choninhas


Portugal é habitat de uma espécie pródiga e que não corre risco de extinção: a dos derrotados à partida. "O Benfica vai jogar contra o Freiburgo-de-Baixo? Epá, não tem hipótese... Freiburgo-de-Baixo fica a 200 km do estádio do Bayern, e o Bayern joga muito." 

A estes profissionais da resignação (que às vezes parecem em maioria) urge lembrar: 
— Se em 408 AC os gregos fossem portugueses desses não teriam desafiado o império persa. 
— Se em 2004 DC os gregos fossem portugueses desses eram capazes de ter dito: "Bem, ganhámos faz duas semanas à selecção que tem o Figo, sem saber bem como, é impossível ganhar agora segunda vez, ainda para mais na final e eles jogam em casa." 
— Se em 1420 o infante D. Henrique fosse um português desses teria dito, no cabo de Superbock: "Ah, a água está fria, estas caravelas são muito mal amanhadas e o Marcelo está muito picado." (naquele tempo o costume era chamar Marcelo ao mar, por causa dum famoso fidalgo que um dia se atirara ao Tejo.) 
— Se os portugueses que fizeram a Restauração em 1640 fossem portugueses desses, teriam dito: "Epá, não vale a pena, os castelhanos são muito fortes, vê como eles esmagaram os catalães ainda este ano...."

Claro que é sempre mais confortável apostar no falhanço. Por isso mesmo os especuladores o fazem: porque é fácil e faz o derrotista parecer muito sábio e, quem sabe, até confundirem-no na rua com o Vasco Pulido Valente. Fraco prémio, se me permitem. Eu cá prefiro investir positivo. Por favor, não esqueçam os imortais versos de Pessoa que acabo de inventar: 
"Acreditar é preciso, choninhar não é preciso."

por um tempo novo sem esquecer as raizes

continua o tempo para mudar de vida
e
de protagonistas
que não esquecem o que são,
o que  é a sua história
as memórias do fazer parte de um colectivo
o renovar, o recriar
e o pensar diferente
com saber e inteligência
http://youtu.be/VCO6LN5W1eo

Era uma vez uma nêspera

Era uma vez uma nêspera que vivia num nesperal com muitas nêsperas que estavam todo o santo dia sentadinhas, sem fazerem absolutamente nada, à espera de uma segunda volta.

E de repente veio um cavaco que ri e zás, ganhou à primeira volta.

Isto é o que acontece quando em vez de fazerem aquilo que acham que devem fazer, as nêsperas ficam todo o santo dia sentadinhas à espera de uma segunda volta.

A coragem de desatar os nós certos nos sítios certos

Há um conjunto de razões políticas que me fazem, mais do que um simples apoio ou um voto, que quase nunca é simples, empenhar-me a fundo na campanha de António Sampaio da Nóvoa. Essas razões decorrem do modo como sinto o que foram estes últimos 4 anos. Para mim foram tempos em que um pretenso resgate foi um sequestro. É uma
metáfora dura e cruel, mas mesmo assim fica aquém da dimensão do sofrimento realmente infligido à população portuguesa. E o sequestro do país coube num sequestro maior, o da Europa. Entender isto tem de ser feito fora dos enquadramentos políticos tradicionais. Querer fazer disto uma peleja entre esquerda e direita é poluir ideologicamente uma questão muito simples: o sonho europeu foi triturado por uma deriva política encoberta por uma contingência económica e financeira em torno de de uma entidade virtual, esfíngica, que enigmaticamente tomou o nome de troika e sequestrou a capacidade política dos governos democraticamente eleitos. Envolvendo a Europa numa nuvem financeira que dominou toda a produção de discurso político e subverteu a nossa vida, retirando-lhe a dimensão das alternativas que consubstancia a ideia de liberdade nas sociedades modernas. Ora esta aparente simplicidade é difícil de desmontar. É preciso desatar os nós certos, nos sítios certos. É preciso a coragem política para desatar os nós certos nos sítios certos. António Sampaio da Nóvoa tem demonstrado, desde há bastante tempo, ser capaz de o fazer.

Tecer o novo ciclo ...


os três Ds de Abril
Peguemos nos três 'D' de Abril: Democracia, Desenvolvimento e Descolonização. Primeiro, é preciso reinventar a democracia. A que temos está esgotada. Percebemos, por exemplo, que a maioria da população portuguesa já não se revê nestes partidos políticos. Os partidos são absolutamente necessários, mas têm de se reinventar.

Há que construir uma democracia mais participativa, de maior proximidade. Os cidadãos estão hoje muito mais informados e não querem apenas votar de quatro em quatro anos e depois deixar que decidam por eles. A democracia de Abril tem de ser reinventada.
A ideia que podemos continuar com este modelo de desenvolvimento, com estes níveis de exploração dos recursos e de consumo de energia, é absurda. Precisamos de um desenvolvimento em paz com Terra, tema que a crise empurrou para segundo plano. Se continuarmos a viver como vivemos, o planeta não sobreviverá ao século XXI.

[Falta-nos] confiança e uma visão de futuro. E aqui entra o terceiro 'D', de Descolonização, que parece não fazer sentido hoje em dia, mas faz. Tem a ver com a nossa integração na União Europeia (UE). [É preciso repensá-la] Veja-se a questão dos fundos comunitários. É verdade que muitos foram mal gastos. E de quem é a 'culpa'? É da UE que nos deu dinheiro para muitas infra- estruturas, mas pouco nos deu para a Escola e para a Ciência, por exemplo. Mas também é nossa, porque permitimos que assim fosse. [Faltou-nos uma visão de futuro própria] E continua a faltar ao atual [anterior] governo. Foi isso, aliás, que levou a que se cortasse por igual no que estava bem e no que estava mal, no que era preciso continuar e no que era preciso acabar. Hoje, estamos mais longe de ter uma visão estratégica para Portugal do que há três anos. As grandes mudanças no mundo fizeram-se sempre para responder a crises e a dificuldades. O atual [anterior] governo limitou-se a cortar, sem estratégia e sem visão. Está tudo na mesma, mas mais pobre, mais frágil, mais desigual. Não fomos capazes de construir uma visão própria, de assumir opções deliberadas, e de as impor dentro e fora do pais, nomeadamente na Europa.
uma outra visão
Portugal precisa de uma outra visão sobre a democracia, o desenvolvimento e a integração na Europa e no mundo globalizado, e de unir dois pilares fundamentais: o conhecimento e o território, a ciência e a sociedade, as universidades e as empresas.

Um Presidente da República não pode falar apenas do lugar da economia e dos mercados, tem de trazer dentro de si as pessoas, a Língua, a Cultura, a Literatura, a Sophia, o Ramos Rosa, o Cesariny, tem de ser a voz dos mais desprotegidos, tem de ter confiança nos portugueses e construir com eles os caminhos do futuro.
António Nóvoa, Entrevista ao Jornal de Letras Artes e Ideias, 30 de abril de 2014

TODOS?

TODOS OS PORTUGUESES

Esta coisa de ser obrigatório que cada hipotético Presidente diga que será o Presidente de Todos os Portugueses é daquelas que erige o chavão em arma de arremesso indiscutível - dogma - sem sequer lhe medir o sentido. Como é que se pode ser Presidente de Todos os Portugueses? Isso significaria o quê?

- Que se é também o Presidente dos que corrompem e desviam o que é de todos para benefício privado?
- Que se é Presidente dos incendiários por interesse no negócio madeireiro?
- Que se é o Presidente dos projectos de eucaliptizar um país cujas paisagem são destruídas por esta monocultura assassina?
- Que se é Presidente dos patos bravos que destruíram e destroem os litorais do país com a sua obra de betão?
- Que se é Presidente dos banqueiros que fogem ao fisco e engordam e engordaram com o dinheiro público?
- Que se é o Presidente dos donos disto tudo ou dos ex-donos disto tudo ou dos futuros donos disto tudo?
- Que se é Presidente dos causadores das assimetrias?
- Que se é Presidente dos que promoveram as políticas da austeridade?
- Que se é Presidente dos para-troikistas e dos Migueis de Vasconcelos?
- Dos que têm espírito pidesco e estão aí porque esse mal não é erradicado, exterminado?
- Dos que traficam "carne humana"?
- Dos que.....

A lista poderia prolongar-se ilimitadamente, a pluralidade e diversidade tóxicas estão bem implantadas e são, em si, sinal da imperfeição extrema desta democracia, de um grau de amputação que a nega em coisas essenciais - é contra isso que um candidato democrata e progressista se propõe, é o seu programa, é ético.

Não, o Presidente de Todos os Portugueses é e será sempre o Presidente da enorme maioria dos portugueses que trabalham, que são sérios, que são vítimas dos poderes que os condenam a ter uma vida que não é a dos entre iguais e da democracia das oportunidades, dos que são marginalizados, dos desempregados, dos empregados pobres, dos pobres, dos remediados, da tal classe média cada vez menos média, de uma imensa maioria de todos nós que disseram ser 99%, para encontrar uma simbólica que se cola realmente à verdade - é daquelas estatísticas que, no essencial, não mente. É isso: é-se sério sendo o Presidente contra 1% dos Portugueses e de 99% deles, a tal imensa maioria que é descriminada negativamente. E é assim porque ter causas é ter posições e é estar a favor e por isso estar contra.

Uma outra coisa é dizer que se será Presidente do direito que Todos têm a defender-se e portanto de defender um verdadeiro Estado de Direito: isso tem outro significado. As generalizações são, infundadas, formas de demagogia e vazam-se em chavões que, atirados assim, à cara de cada um no meio da amalgama interminável e velocíssima de argumentos cegos que anda aí influenciam as opiniões dos eleitores de uma forma só emotiva-massiva, vulgar, colam posições sem que sejam elucidadas, radiografadas, compreendidas no fundamento. Há demagogia que se tem por coisa boa, é a que cavalga o dogma.

Outra coisa estúpida: a experiência do candidato. Não porque a experiência seja algo a desvalorizar, mas porque se assume, os média dominantes e a direita conservadora, que, experiência é história partidária e que fora dos partidos não há política como escola - alguns locutores esgrimem isto como arma, papagaiam o dono. Um tipo/a gere uma empresa, dirige uma escola, uma instituição, trabalha no turno da meia noite, conduz um comboio, um eléctrico, conhece o mundo, voou, estudou e trabalhou fora do país, fala russo, toca clarinete - há Presidentes músicos, é mau? - escreve, escalou o Everest, sabe nadar, trabalha 12 horas por dia no duro, foi mulher a dias, mãe, pai, educador, domina bem a língua e fala outras três, conhece bem o país, mesmo os bairros de lata e os aglomerados caóticos, todas as regiões, as aldeias, o interior e o litoral e faz mil e uma coisas quarenta anos de enfiada, ou mesmo sessenta e tal, e isso não é currículo para a Presidência? Então experiência é participar nas reuniões à porta fechada dos partidos? Isso será um tipo de experiência mas não a experiência mais indicada, tanto mais que, como é sabido, os partidos maiores e os de direita, são escolas de arrivismo e tráfico e influências.

Tenham juízo: a experiência hoje tem de se equivaler à daqueles que tiveram a ousadia das descobertas, que ajudaram a uma outra consciência e fizeram do empirismo uma grande escola, da tentativa e erro, da verificação, que passaram da cabotagem para o GPS da altura. Isso significa hoje estar por dentro da ciência mais sofisticada mas também da humanidade mais elementar e solidária, ética, aquela que ouve e ajuda com o seu sentido da justiça, da equidade e da fraternidade. E tem uuma ideia de futuro, um projecto para o País que não coincide com o BCE nem com o da actual Comissão, que não vê o país como contas públicas e orçamento - já o primeiro Sampaio dizia haver mais vida para além das contas.

Viva o António Sampaio da Nóvoa. Haja alegria, como diria o arlequim que há em muitos de nós.

fernando mora ramos

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Desafio à Participação de Todos

Poderá uma campanha ser feita com algum divertimento? Intensificando a participação das pessoas? Vamos dar a volta ao marketing político tradicional, instalando uma dimensão afectiva? Todas as candidaturas em todos os lugares do mundo, há relatos de Homero que já o confirmam na Grécia Antiga, tentam capitalizar  o impacto mediático dos seus apoiantes. É natural que assim seja, qualquer aprendiz de comunicação o sabe. O que também é verdade é que vivemos um tempo que se caracteriza por sermos à vez consumidores e produtores de informação. Cada um de nós tem à sua disposição meios tecnológicos que lhe permitem competir com a CNN,a BBC, para não falarmos das nossas televisões. Vamos também fazer isso? Criámos no topo do blogue uma página para receber os contributos que nos chegarem.  A imaginação é um Poder.


Respirar!


A respiração é talvez a mais importante função biológica que temos.

A respiração bombeia o coração que, por sua vez, faz correr o sangue nas nossas veias e permite que vida continue.

Ao respirar fundo o nosso organismo como que se desprende de funções acorrentadas e enferrujadas.

No que respeita aos candidatos às eleições presendiciais de 24 de janeiro, as correntes podem cortar-se e a ferrugem acabar. O bafio de Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém tem um opositor: Sampaio da Nóvoa. Uma corrente de ar fresco que eleva a política à cidadania.

Respira-se melhor em Portugal.

Ainda o debate com Rebelo de Sousa

"Se o Sampaio da Nóvoa do debate com Marcelo Rebelo de Sousa não me surpreendeu, com  a sua calma segurança, com a sua delicadeza mas com grande firmeza na sua argumentação e uma enorme convicção no seu projecto para Portugal, já o verniz de Marcelo estalou de uma forma escandalosa. ", escreve José Vítor Malheiros.
Leia o resto aqui.

NÓS DE NOVOA

NÓS

Num tempo em que novo e velho se misturam invertendo os rostos que invertem os fundos e ocultando de névoa consistente o que sejam — a relação entre a tecnologia e o capitalismo financista é esse contraste a nu —, clamar por um NÓS que não reivindica casta, nem pedigree publicitante, nem um NÓS de só para nós, nem um NÓS elitista nem demagógico-populista, um nós de amalgama, é ir contra várias ondas - a metáfora tem poder literal, falando da força de uma onda mediática, pois pode tudo em todo o terreno.

Mas de que NÓS se fala quando se fala de NÓS? Do nós do eu narciso e mitómano que se vê vários no mesmo fetichismo enamorado de si, não por certo, de um nós anónimo e de massa indiferenciada perdida num presente que oculta sempre o seu passado, não, desse não, não será.  Então de um nós que seja um nós clubista e localizado, orgulhoso da tribo fechada ou espaço restrito de reservado direito de admissão? Não, desse não. Talvez de um nós que seja “somos todos especiais primeiros” em inglês ritual-espectacular para português salivar! Com toda a certeza que não. Só se for finalmente de um nós que, plural majestático imponha a distancia da solenidade histórica onde impera o ruído, mas não, também não, esse já foi há muito para o caixote de lixo da dita e a Sampaio da Nóvoa falta a longa trunfa de Luís XIV mais os seus dourados, manto e sanefa de brocados em fundo.

Então qual será o nosso NÓS? Pode ser o NÓS de um eu rebelde que abre caminhos colectivos e nessa medida abre futuros, um futuro nosso, de NÓS, a esse NÓS não é estranha a política de alianças que gera, neste momento, na sociedade portuguesa, uma alternativa que não é a única que nos vendiam, mas é também o NÓS da equipa de competências que se assume projecto e nele um sujeito comum e plural, crítico, o NÓS de um colectivo consciente de que os meios não são os fins e que a táctica é uma estratégia com finalidades de emancipação, e pode ser por certo um NÓS identitário, que se chame Portugal e que tenha a consciência clara da sua inserção no mundo através do que nos gerou, a NÓS um NÓS que seja NOSSO, reconhecidamente, e que não é a economia abstracta - também essa, pelas especificidades territoriais e História gerou identidade, o que não é fazer proliferar Call Centers - mas a língua dessa economia a fecundá-la entre a babel das línguas e o inglês dominante. Essa não é só uma língua que ensina a pensar de um modo que também é nosso, na sintaxe basilar, mas também uma língua que transporta uma mundividência específica e um pulsar muito contraditório de que devemos tentar ter a consciência e que é o NOSSO. Um nosso que se abre ao NÓS que são OUTROS que, de certo modo, também somos. Um NÓS planetário que se contrapõe a uma globalização selvagem que faz da proliferação de conflitos, de uma guerra mundializada de guerras localizadas e de terrorismo global, a sua economia.

fernando mora ramos

Escola, Cidadania: conhecimento, cultura e arte de encontro, da vida em conjunto



A escola e o trabalho escolar desempenham um papel importante através de duas grandes finalidades: “por um lado, a transmissão e apropriação dos conhecimentos e da cultura; por outro lado, a compreensão da arte do encontro, da comunicação e da vida em conjunto. É isto que a Escola sabe fazer, é isto que a escola faz melhor. É nisto que ela deve concentrar as suas prioridades, sabendo que nada nos torna mais livres do que dominar a ciência e a cultura, sabendo que não há diálogo nem compreensão do outro sem o treino da leitura, da escrita, da comunicação, sabendo que a cidadania se conquista, desde logo, na aquisição de instrumentos de conhecimento e de cultura que nos permitam exercê-la” (p. 34)

António NÓVOA, (2006). A Escola e a Cidadania - Apontamentos Incómodos, Espaços e Sujeitos de Cidadania. Rui d’Epiney (org.). Setúbal: Instituto das Comunidades Educativas, 23-40.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

"Banca está blindada e segura" - Não se pode confiar



Um mês depois houve o colapso do BES.

Porque de ideias e de causas se faz um tempo novo: A educação e as artes


“Parece estarmos, hoje em dia (finalmente!) em condições de retomarmos a tradição pedagógica do princípio do século XX e de definirmos o que se poderia chamar uma Educação da Arte pela Arte, equacionando, por um lado, a importância da expressão artística para o desenvolvimento da criança [dos jovens e dos adultos acrescento eu], e, por outro lado, enquanto áreas de conhecimento e de cultura autónomas, com uma especificidade própria […] Esta ideia leva-nos a defender a existência de uma cultura artística cujo tratamento deve ser objecto, sob formas criativas e dinâmicas, de estudo nas nossas escolas […]. É nesta tensão entre a Educação e a Arte que poderemos encontrar os caminhos que teremos de trilhar em conjunto, nos próximos anos” (António Nóvoa, num texto “Para uma Educação da Arte pela Arte” que para o ano irá fazer 30 anos, e que foi o resultado da sua participação no I Encontro das Expressões Artísticas realizado em Portalegre em 1987)
 

domingo, 10 de janeiro de 2016

O poder da imagem


Marcelo citou Francisco Louçã para afirmar que é impossível tentar sobrepô-lo ou ligá-lo a Cavaco Silva. É verdade. Não têm nada a ver.

SAMPAIO II

Em termos de nessa matéria em que e onde

Uma das mais claras incapacidades ou limitações na exposição de ideias - fito dos debates eleitorais - é o modo como se articulam as charneiras ou se fazem os arranques de frase. Há na linguagem um enorme peso morto de expressões, aquelas que correspondem a clichês de reacção fática e também as que abusadas num uso para-argumentativo constante estão mortas - é por isso que dizemos que fala como uma cassete ou dizemos que faz o discurso da cassete.

Quando alguém não sabe o que dizer e arranca a frase com um prolongado "em termos de" e ou um assertivo "nessa matéria" dizemos logo, já ouvi isto: procura um efeito de seriedade no texto e modo de elocução - os "em termos de" surgem de cenho em tique de pensamento - que dê alguma ciência ao que diz mas revela que coxeia no dizer, o que porventura não tem para dizer que seja mais que aquilo que todos dizem ou sabem e que muitas vezes não é saber, e mesmo só dizer - não é expressar o senso comum, esse tem um filtro de qualificação, como os provérbios ou outras expressões de linguagem que vêm dessa entidade anónima chamado tempo, voz comum: é mesmo vulgaridade, sem depreciação. Mas é nas articulações que a coisa se torna mais clara: quando saem uns "em que" ou uns "onde" fora de sítio. Nestes casos a questão é a mais complexa e é a da sequência articulada do que se diz numa exposição que assume ser de ideias - noutros discursos, na poesias, as associações assumem o imprevisto ao sabor de uma íntima relação com a língua, sensual no corpo a corpo respirado com a palavra, filosófica no limite, fundada nos fluxos mais fundos da in-sub-consciência nos processos de emersão, chamando-lhe assim.

É que é nas articulações que a ideia ganha forma (con)sequente, desde que não seja epigramática ou telegramática, como agora tem de ser - se os actores candidatos forem alunos fiéis da regra televisiva e não partam alguma louça, como deviam - nesta corrida verbal que mais parece um campeonato de velocidade do que uma campanha eleitoral, atirando os candidatos para um virtuosismo maxilo-labial, palatal, de aparelho fónico em geral, que tem muito de habilidade ( como no "Eu não" do Beckett) e pouco de profundidade. Na realidade corre-se para onde? Quem manda no tempo televisivo? Então o resultado disto tudo não será a eleição de um Presidente, essencial para o equilíbrio do Regime? Isso vale tão pouco que o tempo eleitoral seja inferior ao tempo dos candidatos nos concursos que proliferam? Já viram que nesses concursos que há, para desenvolvimento do atraso mental de produção própria, o candidato à resposta tem um tempo de responder que implica silêncios por vezes prolongados mesmo que metronometrados, atirando-se a angústia do concorrente antes da resposta para cima do espectador salivante - os euros a voar - como se nada fosse justamente como tempo TV? Estaremos definitivamente a viver regras que impõem que vivamos exactamente o contrário do que dizem que fazemos, vida inversa? Os tais debates não seriam para debater mas para entreter segundo a regra oculta mais evidente? Isso de debater não tem um tempo, reflexivo, sem medida aferida ao segundo, não vive da hesitação inteligente? Só resposta pronta serve? O fast food argumentativo? Quem é que está doido nisto tudo? Os desuses ou quem impõe que seja assim? Mas quem é esta criatura monstruosa que lucra com isto, que projecção da nossa inteligência comum este esquema revela?

Assistimos então a uma constante desqualificação da linguagem, a uma epidemia de dislexias súbitas, de concordâncias mal feitas, o que poderia ter graça se não fosse sob pressão e efeito dela, dos saltos argumentativos à moda da conversa sem finalidade e a quem fale como uma matraca monocórdica - a Bibelot de Belém - , a quem use as palavras como esgrima e fale em jeito de estocada com um fim de frase sempre tão conclusivo que quer impedir contra-resposta - o Marcelo, que, na realidade, pelo estilo argumentativo à la carte diz sempre qualquer coisa que serve, manobra de diversão obcecada, mas que não aprofunda, assistimos também a quem fale por provérbios e que portanto remeta o que diz para uma sabedoria ancestral, de sabor popular e neste caso dispare uma forma expressiva em raciocínio metafórico (cobre todo o terreno e é definitivo) de vocabulário rico a cair no meio de um português cada vez mais televisivo-vazio - o padre Edgar Silva - a quem, como a Marisa Matias, tenha um registo mais lento, de uma inadequação ao esquema que é inteligente, convicto, à procura da coerência política no que diz com numa voz fatigada ( há ali uma corda vocal problemática) mas resistente e a quem fale de modo mais ponderado, articulado, o Sampaio da Nóvoa - Sampaio II como a história o baptizará - revelando a sua formação de experimentado cientista da educação/historiador por detrás do que diz e um projecto para a Presidência assente na única possibilidade de abrir uma nova porta de oportunidade - as janelas do mesmo, como o arroz do polvo, já deram o que deram - ao futuro, baseada numa qualificação colectiva - o Nós que tanto repete é sinal disso - que, tão falada, ainda não veio, a não ser por surtos, epifenómenos sectoriais e que portanto mantém intacto o seu valor propulsor.

Portanto nesta matéria em termos de onde em que é Sampaio II o meu Presidente.

fernando mora ramos


PARA UM NOVO TEMPO, POR UM NOVO TEMPO


Escrever PARA UM NOVO TEMPO, que é também escrever por um novo tempo, é um projecto colectivo de escrita em torno da candidatura de Sampaio da Nóvoa à Presidência da República. Na pluralidade de vozes, de sensibilidades, de estilos, e até de materiais a publicar. queremos criar um debate de ideias que enriqueça este percurso.

Valorizando a sua capacidade de provocar, de desafiar, de partilhar.

A equipa inicial, conta com António Ângelo Vasconcelos, António Loja Neves, Amadeu Basto Lima, Luísa Branco Vicente, Carlos Alberto Augusto, Catarina Alves Costa, Carla Baptista, Carlos Vieira de Almeida, Carlos Fragateiro, Fernando Mora Ramos, Gustavo Cardoso, Joana Lobo Antunes, Jorge Ramos do Ó, Joaquim Paulo Nogueira, Margarida Paredes, Paula Cabeçadas, Pedro Sena Nunes, Rui Vieira Nery, Rui Nunes, Rui tavares, Rui Zink, Tomás Vasques, Vasco Pimentel e Vítor Belanciano.